sexta-feira, março 30, 2007

Uma Noite Diferente [Conto]



Chegou em casa do mesmo modo que fazia todos os dias. Abriu a porta e já deixou a maleta no chão, ali mesmo no cantinho. Enquanto caminhava, desabotoou o paletó e o largou no sofá. Entrando na cozinha, tirou a gravata e deixou-a sobre a mesa, desabotoando o colarinho.
Abriu então a geladeira, já sentando, e tirou uma garrafa de cerveja, que começou a beber direto do bico. Afinal, morava sozinho, podia se dar esses luxos. Entre um gole e outro, percebeu que havia algo diferente naquela cozinha. Não parecia mais a mesma em que ele havia tomado o seu café, na manha daquele dia.
Tentou, em vão, descobrir o que estaria causando aquela sensação. Seria o fogão? Não, ele não tinha fogão, nunca gostou de cozinhar. Insetos? Não... Aquelas baratas já estavam ali quando ele saiu –aliás, elas já tinham até nomes carinhosos. Aquela inquietação foi tomando forma dentro do nosso personagem (sem nome, a titulo de economia), que já estava irritado com aquilo tudo.
Provavelmente era o stress do trabalho,pensou. É óbvio que não tem nada de diferente nesta cozinha. Onde já se viu? Alguém entraria em seu apartamento e faria uma mudança apenas para deixa-lo confuso?
Decidiu tomar um banho para dar uma acalmada nos ânimos. Mas... Não é que o banheiro estava estranho? Os cremes, xampus, sabonetes eram os mesmos, mas alguma coisa estava diferente do banheiro em que ele se barbeou bem cedinho, antes mesmo do sol aparecer no horizonte.
Estaria ficando louco? Deixou o banho para lá e foi direto para o quarto. Seu objetivo era deitar na cama e ali ficar, até o amanhecer. Decidira, também, que iria entrar de olhos fechados, para não correr o risco de achar o quarto diferente. Como em seu quarto não havia muita coisa além da cama, consegui facilmente cumprir o seu objetivo.
Depois de algum tempo deitado, conseguiu finalmente compreender o que havia mudado: nada. Isso mesmo, nada mudava em sua vida, nunca. O seu cotidiano era tão medíocre que nunca sequer tinha reparado na sua própria casa. Morava ali ha treze anos e nunca havia mandado arrumar o buraco na parede que existia quando ele se mudou. O seu emprego, era o mesmo esse tempo todo, nem ele sabia dizer exatamente qual era a sua função, de tanto que a odiava.
Namoradas, esposa, amigos, isso ele nunca teve. Um livro para ler, uma musica para ouvir, muito menos. Não possuía qualquer coisa que pudesse enriquecer sua vida. Rogério - enfim, vamos dar um nome ao pobre coitado, pelo menos isso ele merece – percebeu ainda que ele não era o único naquela situação. Compreendeu, no entanto, que ainda era possível mudar de vida, que a rotina o havia transformado em um ser alienado e insensível. Decidiu que a partir daquele dia, daria um basta e mudaria a sua vida.
E os outros? Quando irão perceber? E você?

quarta-feira, março 21, 2007

Terrorismo

Mais um texto escrito em 2001 por um autor de 15 anos.... relendo hoje posso dizer que está um lixo total. Mas vou publicar aqui só para lembrar que um dia eu já escrevi tanta besteira.

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Todos os movimentos terroristas, por mais diversos que sejam, possuem um aspecto em comum: a causa. Independentemente de sua localização, de seus líderes, de sua ideologia, é sempre o ódio que está por traz.
As diferenças de religiões podem ser uma das origens dessa intolerância, além das diferenças raciais e profundas desigualdades econômicas. Com o objetivo de causar destruição e mortes, os autores direto geralmente perdem as suas vidas também, demonstrando o tamanho de sua desilusão com o sistema vigente e, também, até que ponto pode chegar a fé humana por uma religião ou ideologia.
Pela definição do dicionário, o terrorismo é o modo de governar baseado no terror ou na realização de atentados. Ou seja, define-se que o terrorismo está sempre buscando alterar as relações de poder, visando a um novo governo. Os atentados são, então, uma forma de, ao mesmo tempo, desestabilizar o modelo atual e chamar atenção para as suas reivindicações.
Outro fator que vem ampliando os grupos terroristas atualmente é o ultra-nacionalismo – à la Hitler e Mussolini - , que vem ganhando muita força nas nações de União Européia. Nestas, o crescente desemprego vem motivando discursos que culpam a presença de estrangeiros.
Esses atentados surtem efeitos danosos à economia mundial, gerando insegurança nos possíveis investidores e queda generalizada nas ações de diversas empresas dos países alvos e das nações presentes em sua área de influência. Além disso, estes ataques não levam, na maior parte dos casos, à consolidação dos objetivos propostos pela fé/ideologia dos grupos autores dos ataques. Pelo contrário, após um ataque é comum a represália por parte do país alvo, que acarretará em mais ódio no Estado de origem.