“(...) Que me importa se meus filhos não terão educação?.
Eles têm é que ter dinheiro e visual (...)”
(Sonho Médio – Dead Fish)
A sociedade pós-moderna perdeu, em grande parte, o seu senso de moral. Os valores que acompanharam a humanidade foram substituídos por visões egoístas e questionáveis, como demonstra o trecho em epígrafe.
O valor – que é relativo, e não absoluto – tem a tendência natural de se modificar, devido à dinamicidade do ser humano. Com a revolução das telecomunicações, a velocidade com que essas mudanças ocorrem cresce exponencialmente. O neoliberalismo (defensor da não interferência do Estado na economia) tem sido absorvido de maneira muito mais ampla que a original, através da crença de que a sociedade se auto regula.
Muito se tem falado, por exemplo, do Funk, que estaria invertendo valores dos ouvintes. É conveniente salientar, porém, que esse movimento não é a causa disso tudo, e sim a sua conseqüência. O que é baixo, imundo, obsceno e politicamente incorreto não são as letras das músicas, mas o mundo que elas revelam. Não se cura uma doença combatendo os seus sintomas; é necessário descobrir e eliminar o agente patológico.
É interessante notar que os argumentos acima citados estão relacionados entre si através da globalização. A esta é inerente o neoliberalismo, a explosão dos meios de comunicação e a inversão de valores. O capitalismo, seu causador direto, prega a competitividade e o egoísmo.
Ora, é notória a péssima conjuntura dos valores sociais, que se invertem drasticamente. A globalização, o neoliberalismo, a revolução das telecomunicações e o capitalismo – todos relacionados entre si – contribuíram de forma crucial para essa situação, fazendo com que a sociedade pós-industrial não tenha mais a noção de moral que os povos menos evoluídos tiveram.
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